Capítulo 10 – O Nordeste e seus contrastes socioeconômicos
O dinamismo
econômico da Zona da Mata e o Agreste
A Zona da Mata é a sub-região economicamente mais
desenvolvida do Nordeste. A existência de um grande mercado consumidor, formado
pela população dos principais centros urbanos do Nordeste, contribui de maneira
significativa para o desenvolvimento industrial dessa área. Outro fator que
favorece a atividade industrial na Zona da Mata é sua rede de transportes, a
qual é mais bem estruturada que nas outras regiões. Isso facilita o
deslocamento de matérias primas e produtos industrializados.
As atividades
primárias na Zona da Mata e no Agreste
Além da indústria, na Zona da Mata desenvolvem-se
importantes atividades econômicas ligadas ao meio rural. Nesse meio, predominam
os latifúndios monocultores de cana de açúcar, fumo e cacau, que atendem ao
comércio interno e externo.
Entretanto, boa parte dos gêneros alimentícios básicos que
abastecem a Zona da Mata procede do Agreste. Nessa sub-região predominam as
pequenas médias propriedades rurais policultoras. O desenvolvimento das
atividades agropecuárias no Agreste contribuiu para o crescimento muitas
cidades como Campina Grande, que se tornaram polos de comercialização e
distribuição de produtos agrícolas.
A
agropecuária no Sertão
A economia do Sertão nordestino baseia-se na agropecuária,
atividade que sofre diretamente os impactos das condições climáticas, sobretudo
na época das secas.
A pecuária bovina é a principal atividade econômica do
Sertão, em geral praticada de forma extensiva, mas também na forma intensiva.
Além da bovinocultura, destaca-se também criação de caprinos, os quais são mais
resistentes ao clima semiárido.
A agricultura de subsistência desenvolve-se em todo o
Sertão, sendo praticada em pequenas propriedades por meio de técnicas
tradicionais. Algumas áreas conhecidas como brejos tem mais umidade e são mais favoráveis á pratica
agrícola.
A falta de água na
vida do sertanejo
A baixa pluviosidade e a ocorrência de estiagens comprometem
o desenvolvimento das atividades agropecuárias no Sertão nordestino.
Entretanto, a escassez de chuvas prejudica mai os pequenos
proprietários, que constituem a maioria dos produtores rurais. Como possuem
poucos recursos para investir em suas propriedades, esses agricultores
feralmente cultivam apenas lavouras de subsistência, além de desenvolver uma
pequena criação de gado bovino e caprino, de forma extensiva.
Em geral, essas atividades proporcionam uma renda
insuficiente para suprir as necessidades básicas das famílias camponesas, que
vivem em precárias condições. Essa situação poderia ser amenizada como o
aproveitamento de recursos hídricos armazenados em reservatórios subterrâneos
da própria região, inclusive o Polígono das Secas.
O Brasil dispõe de tecnologia suficiente para explorar esses
recursos na forma de sistemas de irrigação e de redes de abastecimento de água.
Já existem vários poços perfurados no Polígono das Secas, porém, não são
utilizados em benefício da maioria dos agricultores.
Para os grandes proprietários rurais do Sertão, o clima
semiárido é um aliado. Boa parte deles utilizam sistemas de irrigação
abastecidos com água de poços construídos dentro de suas propriedades, muitas
vezes com dinheiro do governo federal.
A indústria da seca
Quando ocorrem as secas no Nordeste, o restante do país toma
conhecimento, pelos meios de comunicação, das dificuldades enfrentadas pela
maioria da população sertaneja. Sem recursos para enfrentar a seca, os
camponeses perdem suas pequenas lavouras e as poucas cabeças de gados que
possuem, também limitando sua reserva de água e alimento.
Nessas ocasiões, o Nordeste recebe auxílios do governo
federal para amenizar tais problemas. Entretanto, grande parte dessas verbas
acaba beneficiando apenas latifundiários e políticos influentes na região. Essa
situação acentua as desigualdades sociais no Nordeste. O termo “indústria da
seca” é usado para caracterizar essa situação.
A transposição do rio
São Francisco
Além de açudes, outras obras de engenharia são construídas no
interior do Sertão como forma de minimizar os efeitos das secas. Esse é o caso
do projeto de transposição do rio São Francisco.
Meio-Norte:
economia em expansão
As atividades econômicas no Meio-Norte são ligadas ao campo.
A atividade extrativa vegetal é praticada em grande parte dessa região,
sobretudo na mata dos cocais, onde são explorados o babaçu e a carnaúba. Embora
as técnicas de exploração sejam tradicionais, essa coleta gera muita renda para
muitos trabalhadores. Na mata dos cocais, também é comum a criação extensiva de
gado bovino.
Nas margens dos principais rios do Meio-Norte, onde os solos
são mais úmidos, desenvolvem-se plantações de arroz de várzea. Nas áreas mais
secas, são cultivadas lavouras de mandioca, milho e algodão.
A produção de culturas voltadas para o mercado externo no
Meio-Norte tornou-se viável com a implantação do Corredor de Exportação Norte,
uma área formada por cidades atendidas por um sistema multimodal de
transportes, que integra rodovias, hidrovias e ferrovias. O Corredor de
Exportação foi criado para permitir o escoamento das safras agrícolas do
Meio-Norte e ds regiões Norte e Centro-Oeste em direção ao porto de Itaqui, no
Maranhão, onde são embarcadas para o exterior.
Os
contrastes da distribuição populacional
A população nordestina está irregularmente distribuída pela
região. Enquanto o Sertão e Meio-Norte apresentam baixa densidade demográfica,
a Zona da Mata e o Agreste apresentam grandes concentrações populacionais.
A Zona da Mata é a mais populosa das sub-regiões
nordestinas.
Pelo fato de ser a sub-região mais desenvolvida
economicamente, a Zona da Mata atrai milhares de migrantes de outras
sub-regiões, principalmente do Sertão. Impulsionados pela pobreza nos anos de
seca, os sertanejos buscam novas oportunidades de trabalho e melhores condições
de vida na Zona da Mata.
Na realidade, o destino da maior parte dos migrantes acaba
sendo os bairros periféricos dos grandes centros urbanos dessa região. Esses
bairros crescem aceleradamente sem nenhum tipo de infraestrutura básica.
Nordeste:
uma região com grande potencial
Atualmente, grandes investimentos têm sidos realizados em
diversos setores da economia nordestina.
No setor industrial, muitas fábricas estão abrindo filiais
ou se transferindo de outras partes do país para o Nordeste. Essas empresas são
estimuladas pelo menor custo de mão de obra e pelos benefícios que os governos
estaduais estão concedendo, tais como a redução ou isenção de impostos.
O setor agrícola também tem crescido na região, através da
prática da irrigação nas lavouras do Sertão e da correção do solo, técnicas que
permitem maior produtividade.
Essas iniciativas demonstram que o Nordeste apresenta um
grande potencial econômico, mas ainda é preciso solucionar os principais
problemas da região, como a concentração de terras, alto índice de desemprego e
a baixa qualidade de vida de boa parte da população.
Capítulo 14
– O Sul e seus habitantes
Até o início do século XIX, a região Sul era ocupada
principalmente por povos indígenas. A partir de então, o governo brasileiro
passou a promover o povoamento dessa região por meio de assentamentos de
imigrantes europeus, com o objetivo de assegurar a posse dessas terras e evitar
possíveis invasões.
Os imigrantes foram assentados em pequenas e médias
propriedades, onde passaram a desenvolver a policultura e a criação de animais.
Nas áreas colonizadas por imigrantes, surgiram pequenos
povoados, que, mais tarde, deu origem a importantes centros urbanos, devido ao
desenvolvimento agrícola, que impulsionou as atividades urbanas de comércio e
da indústria.
As últimas
ocupações da região Sul
Algumas décadas depois de estabelecidos, alguns dos
imigrantes das primeiras áreas de colonização dirigiram-se à parte oeste da
região Sul, que ainda estava pouco povoada. Esses imigrantes partiram à procura
de novas terras onde puderam desenvolver a prática agropecuária.
Por volta das décadas 1930 e 1940, a expansão das lavouras
de café para o oeste paulista acabou alcançando as terras férteis do Paraná. Nessa
área, a cultura cafeeira atraiu migrantes paulistas, mineiros e nordestinos,
além de muitos migrantes europeus e japoneses.
Durante as décadas de 1950 e 1960, o povoamento chegou ao
sudoeste e ao oeste paranaense, as duas últimas áreas da região Sul a serem
ocupadas tanto pro gaúchos e catarinenses como por imigrantes do norte do
Paraná.
A distribuição
da população
O povoamento no Sul proporcionou uma ocupação de maneira
mais homogênea, à exceção da porção sul-sudoeste do Rio Grande do Sul. No
entanto, as áreas de maior concentração populacional do Sul são as regiões
metropolitanas de Curitiba e Porto Alegre.
Ultimamente, o número de habitantes nesses centros urbanos
tem crescido em razão do êxodo rural, provocado pela mecanização das lavouras e
pela concentração de terras. Sem oportunidade de trabalho no campo, muitos
trabalhadores migram para cidades maiores.
Entretanto, o número de empregos nesses centros urbanos não
cresceu na mesma proporção que a oferta de mão de obra, obrigando trabalhadores
a exercer trabalhos informais e viver em periferias.
Os
emigrantes do Sul
O avanço das lavouras monocultoras e a mecanização das
atividades agropecuária provocaram diversas migrações dentro e fora da região
Sul.
Os emigrantes da região Sul deslocaram-se para as áreas
agrícolas do Sudeste e também para as áreas de fronteira agrícola nas regiões
Centro-Oeste e Norte.
O retorno dos brasiguaios
Muitos trabalhadores rurais da região Sul migraram também
para o Paraguai, onde passaram a cultivar novas áreas agrícolas com o apoio do
governo paraguaio. Contudo, décadas depois, parte dessas áreas ainda não foi
legalizada, Nos últimos anos, esse fato tem desencadeado conflitos pela posse
de terra naquele país, fazendo com que milhares de brasiguaios voltem ao
Brasil.
Qualidade
de vida na região Sul
Qualidade de vida refere-se a um conjunto de condições que
devem favorecer a vida humana em sociedade. Ela pode ser medida por meio de
indicadores socioeconômicos, como a distribuição de renda, a taxa de
mortalidade infantil, a expectativa de vida e a taxa de analfabetismo.
A região Sul é a região brasileira que apresenta os maiores
indicadores de qualidade de vida.
Informações retiradas do livro didático. Se quiserem modificar ou completar fiquem á vontade.
Postado por Luiza Ramos.
De que fonte a senhorita tirou essas conclusões ?
ResponderExcluirDe que fonte a senhorita tirou essas conclusões ?
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