O Nordeste é uma região de muitos contrastes naturais e humanos e também em suas paisagens. No quadro natural, esses contrastes estão ligados aos aspectos climáticos e formações vegetais. No quadro humano, esses contrastes estão ligados aos aspectos socioeconômicos.
Capítulo 9: O Nordeste e suas sub-regiões
A região Nordeste apresenta uma grande variação de aspectos físicos, sobretudo de clima e vegetação. Os principais tipos de clima que atuam nessa região são o tropical úmido, o semiárido e o equatorial. A vegetação acompanha essa diversidade climática, apresentando áreas dominadas por diversos tipos de matas.
A diversidade desses elementos resultou na delimitação de quatro sub-regiões, que se distinguem por aspectos naturais e socioeconômicos: Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio-Norte.
Zona da Mata
A Zona da Mata ocupa a faixa litorânea do Nordeste, área dominada pelo clima tropical úmido (quente e chuvoso). Apresenta um alto índice de pluviosidade e temperaturas médias elevadas. O clima da Zona da Mata favoreceu o desenvolvimento da floresta Tropical, floresta com grande diversidade de espécies.
Atualmente, grande parte da mata foi substituída por lavouras monocultoras, e também por áreas urbanas.
Das quatro sub-regiões do Nordeste, a Zona da Mata é mais urbanizada, povoada e industrializada. A região é onde se concentra a maior parte da população e o maior número de indústrias nordestinas.
Agreste
O Agreste se estende entre a Zona da Mata e o Sertão, apresentando características naturais de ambas as sub-regiões, pois a vegetação dessa área é de transição entre a Caatinga e a floresta Tropical.
Sertão
O Sertão estende-se por grande parte da Bahia, do estado de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí; por todo o Ceará; e por uma pequena parte do Sergipe e de Alagoas. Além disso, atinge o Norte de Minas Gerais e o Vale do Jequitinhonha.
O clima do Sertão é o tropical semiárido, que apresenta temperaturas bem elevadas e duas estações bem definidas: uma seca e outra chuvosa. As chuvas concentram-se apenas entre os meses de dezembro a abril. A formação vegetal do Sertão é a Caatinga.
Porque chove pouco no Sertão?
O Sertão apresenta o menor índice pluviométrico do país devido, sobretudo, à dinâmica das massas de ar e, também, a influência do relevo.
No Nordeste, as chapadas da Borborema e Diamantina impedem que as massas de ar quentes e úmidas avancem do oceano Atlântico para o interior nordestino. Assim, as massas de ar se resfriam e a umidade presente nelas se condensa, provocando chuvas no Agreste e Zona da Mata. Dessa forma, elas chegam ao Sertão com pouca umidade, dificultando a ocorrência de chuvas.
A seca no Sertão
Os grandes períodos de estiagem que ocorrem no Sertão devem-se, principalmente a um fenômeno chamado El Niño: ventos mais fortes com a “velocidade 1". As águas quentes do Pacífico ficam bem distribuídas por todo o oceano. Com a divisão da célula de Walker, a água vaporizada sobe. Quando descem, descem secas e sem umidade, não permitindo a formação de nuvens no Sertão. Esse fenômeno ocorre em períodos de três a sete anos.
Já o fenômeno La Niña, é o oposto do El Niño: são ventos mais fortes e levam a água quente para o ocidente do Pacífico. A célula de Walker está unida, então, quando o ar chega no Pacífico, está seco .
O Polígono das Secas estende-se pelas áreas de clima semi-árido e pelo norte de Minas Gerais. É uma área em que ocorrem grandes períodos de estiagem.
Vegetação resistente à seca
No Sertão, onde a Caatinga é a vegetação predominante, os vegetais apresentam adaptações para o clima seco. Para evitar a perda de umidade, muitas plantas perdem suas folhas ou apresentam espinhos. Outras armazenam grande quantidade de água nos caules ou nas raízes para utilizá-la nos períodos mais secos. Algumas plantas do Agreste também apresentam essas características.
Rios temporários
Os rios que correm no Sertão e no Agreste, em sua maioria, são temporários, ou seja, secam durante as grandes estiagens e enchem rapidamente na época das chuvas. Isso prejudica o abastecimento de água para a população, mas, no Sertão, também existem vários açudes, construídos para armazenar água e combater os efeitos da seca.
O Meio-Norte
A sub-região do Meio-Norte constitui uma área de transição entre o clima semiárido do Sertão e o clima equatorial da floresta Amazônica, abrangendo o estado do Maranhão e parte do Piauí. A vegetação natural do Meio-Norte é a mata dos cocais, floresta Amazônica e o Cerrado.
O extremo oeste do Meio-Norte apresenta características do clima equatorial, como as da região Norte. Apresenta temperaturas elevadas e alto índice de pluviosidade, devido a presença da floresta Amazônica.
Postado por Luiza Ramos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário